sábado, 17 de novembro de 2007

ADELAR BERTUSSI: PALANQUE DA TRADIÇÃO MUSICAL DO RS!




Adelar Bertussi, na Semana Farroupilha 2007, em Caxias do Sul!
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O grande artista gaúcho Adelar Bertussi merece todas as homenagens do Povo do Estado do Rio Grande do Sul e dos demais Estados da região Sul do Brasil. Junto com o seu falecido irmão, Honeyde Bertussi, Adelar muito contribuiu para a afirmação da música regional gaúcha e a divulgação do Bugio, um ritmo genuíno do Rio Grande, ao gravá-lo em disco, pela primeira vez, em 1955, com a composição musical intitulada Casamento da Doralícia. Foi desde o ano de 1950 que Adelar passou a fazer dupla com o seu irmão Honeyde e a construir uma estrada de sucessos na música regional gaúcha. Em 1955, ambos já se apresentavam no Rio de Janeiro, chamando a atenção do centro do país. Gravando pela Continental, lançaram um LP com as canções Nordeste Gaúcho, O Tropeiro, Coração Gaúcho e Viva São Jorge. Mais tarde, em 1960, gravaram, dentre outros, o LP Passeando pelos Pagos, pela RCA. Em 1990, surge Os Bertussi: Adelar Bertussi e seu grupo. Homenagear em vida esse grande ícone da música sul-rio-grandense é um dever do Estado do Rio Grande do Sul e de todo o Povo Gaúcho, em especial os tradicionalistas. É com toda a justiça, portanto, que a Associação Pró-Desenvolvimento de Criúva - a Terra Natal de Adelar e Honeyde -, irá construir o Memorial Irmãos Bertussi, em São Jorge da Mulada, naquele Distrito. Conforme Paulo Bertussi, filho de Honeyde e o arquiteto criador do memorial, a construção do monumento se dará em etapas. Na primeira, o monumento propriamente dito será construído em uma coxilha, em frente à sede da fazenda onde nasceram Honeyde e Adelar. As cinco plataformas terão inscrições na pedra, que contam as diversas fases da trajetória musical da família Bertussi. Na principal - e última -, será construída a estátua dos Irmãos Bertussi e um obelisco com 20 metros de altura, o qual simbolizará o verdadeiro marco que representou a dupla na história musical sul-brasileira. Na segunda, na sede da fazenda - em processo de tombamento pelo Patrimônio Histórico -, será instalado o memorial com toda a documentação da trajetória musical da dupla, incluindo a exposição de fotos, vídeos, discos, DVDs, cartazes, partituras, recortes de jornal, correspondências, contratos, medalhas e troféus. O memorial completo terá estacionamento, sanitários e iluminação especial. Cada plataforma também servirá de mirante independente, além de local de relaxamento e apreciação da natureza. E agora, no dia 28 do corrente mês de outubro de 2007, Adelar Bertussi será, como também o foi, há dez anos, o seu irmão Honeyde, homenageado na cidade de Canela. É outro justo reconhecimento que a comunidade canelense estará prestando aos 56 anos de vida artística do nosso grande gaiteiro gaúcho, esse verdadeiro Palanque da Tradição Musical dos Gaúchos Brasileiros que é Adelar Bertussi. Com a iniciativa de Adair Boeira e apoio da Prefeitura de Canela e da Universidade de Caxias do Sul, o evento contará com Missa Crioula e a presença de renomados artistas gaúchos. Todos estarão prestando ao Adelar Bertussi as devidas homenagens e os sentimentos de gratidão de todo o Povo Gaúcho pela imensa e valiosa contribuição prestada por ele à cultural musical do Rio Grande do Sul. A estrada de Adelar Bertussi, ao contrário do que diz o teor da composição O Tempo e a Vida, de autoria da dupla, foi percorrida com maestria e inteligência; e a sua alma fez sorrir a todos nós. Feliz é Adelar Bertussi, que vive a cantar; e todos nós, que temos o grande privilégio de vê-lo e ouvi-lo. O tempo, este nunca apagará a passagem terrena do grande artista serrano Adelar Bertussi, dileto acordionista e um Palanque da Tradição Musical do Rio Grande do Sul, nessa sua campereada pelas coxilhas do seu querido Rincão Gaúcho. E se o tempo e a vida, um dia passam e vão embora para todos nós, aquele nem tudo apaga nem tudo também destrói. Adelar Bertussi é um grande patrimônio da música regional do Rio Grande do Sul e merece todas as homenagens que o Povo Gaúcho Brasileiro lhe presta, hoje, em vida. Mais tarde, e bem mais tarde, se o Patrão Velho lá das Alturas assim nos permitir, quando Adelar Bertussi for chamado para tocar nos bailes de ramada da grande Estância Celeste, não faltarão, aqui no mundo terreno, gaúchos de verdade e com sangue de gaúcho que enalteçam o compasso e o ritmo fandangueiro que ele, como o seu irmão Honeyde, legou à música tradicional dos gaúchos brasileiros. Continues, Adelar Bertussi, a abrilhantar os eventos tradicionalistas e a encantar as platéias gaúchas, com a tua voz e a tua gaita, que o Rio Grande do Sul está por demais precisado da tua força e do teu espírito regional. Obrigado por tudo o que fizeste e ainda farás pela tua Terra que é linda e cheira a alecrim: pela música do teu querido Pago Sulino, que é o Grande Rio Grande do Sul!


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Tradicão Gaúcha



Uma tradição gaúcha É bombacha, bota e espora É galdério no seu pingo Camperiando campo afora Na presilha do arreio Um laço de couro grosso Um chapéu de aba larga E um lenço no pescoço.
Uma tradição gaúcha É a querência e a coxilha É o saudoso Teixeirinha E o Conjunto Farroupilha.
Uma tradição gaúcha É o xote e a rancheira É um gaiteiro tocando E a gauchada dançando O vanerão e a vanera.
Uma tradição gaúcha É churrasco e chimarrão É o gemido da acordeona É uma gaita chorona É um fandango no galpão.
Uma tradição gaúcha É a prenda de saia longa Um baile no CTG No compasso da milonga Um lombilho prateado Um ponche cobrindo a sela Um fole de oito baixos E um chapéu de barbela.
Uma tradição gaúcha É a dança de passo largo É a cachaça de guampa E a cuia de mate amargo Uma tradição gaúcha É o maior desafio É o duelo empolgante Luta de dois gigantes O Grenal no Beira Rio.

Gaitas





Hoje - existem três, tipos básicos de acordeões, que são: o de teclados (a gaita pianada), gaita-ponto (ou duas conversas), e o bandoneon (de tamanho um pouco maior do que a gaita ponto). O instrumento consiste em duas caixas retangulares dispostas em posição vertical. ligadas entre si por um fole de cartão plissado. Dentro das caixas estão as palhetas que, acionadas pela agitação de dois tipos de teclado, emitem som pela vibração da passagem do ar que é empurrado através dos movimentos do fole. O peso dos acordeões podem variar entre dois e 16 quilos. Eles chegaram ao Brasil junto com os primeiros colonizadores europeus, vindos da Itália, país onde até hoje se fabricam as marcas de gaita mais conceituadas do mundo.O acordeão possui um recorde significativo, praticamente inédito entre os instrumentos musicais: é talvez o único cujo som original até hoje não conseguiu ser fielmente reproduzido pelos modernos sintetlzadores eletrônicos. Isto é: som de gaita, só com gaita mesmo!

Vida.. e morte da gaita gaúcha

Talvez, um pouco por terem pressentido essa valiosa característica de singularidade no acordeão, os gaúchos - tão ciosos de uma pretensa identidade singularmente própria em relação ao resto do país e do mundo - a tenham escolhido como instrumento representativo da própria música regional do Estado.

E talvez também não tenha sido por acaso que o frorescimento da indústria das gaitas no Rio Grande do Sul guarde relativa coincidência com um outro período importante: aquele em que o germe do gauchismo deve ter começado a rondar as idéias dos jovens que, em 1948, fundaram o primeiro Centro de Tradições Gaúchas, o "35", que culminou no que é propagandeado por alguns notáveis, como um dos mais grandiosos movimentos de cultura popular do mundo: o Movimento Tradicionalista Gaúcho.

Nosso Estado chegou a ter 20 fábricas de gaitas, algumas das quais muito famosas, como Universal, Scala, Marinella, Rampazzo, Mundiale, Sonelli, Supremo, Somenzi, Silla, Mascarenhas, Tupy, Danielson. Todas elas, provavelmente, foram embaladas pela idéia de alto consumo em que a grandiosidade de um gauchismo exacerbado induzia a crer. Mas, nenhuma delas foi mais bem-sucedida do que a Todeschini que, além de ter boa parte de sua produção consumida aqui mesmo, chegou a produzir diretamente para algumas famosas marcas européias. Tanto sucesso, sem dúvida nenhuma, se baseia no aspecto da qualidade das gaitas que os gaúchos produziam.Apesar de oferecem o aspecto fundamental da qualidade, entretanto, as fábricas nativas foram parando, parando, parando... e hoje consta que nenhuma delas existe mais.

sexta-feira, 16 de novembro de 2007

Gaita Ponto

A gaita-ponto é um instrumento musical similar ao acordeão que possui botões no lugar de teclas, sendo por esta razão também conhecida como gaita-de-botão, gaita botonera ou como gaita diatônica.

É um instrumento de difícil execução e ameaçado de extinção pela falta de artistas que o utilizem. A sua característica maior é a de possuir um sistema de afinação diferenciado no qual, quando se abre e fecha o fole, desfruta-se de tons diferentes. Também possui uma afinação própria ao instrumento, tendo uma nomenclatura apropriada para o respectivo tom e escala (ex.: dó maior e sol maior, semelhande à gaita-de-boca). Os tipos e marcas mais comuns no Brasil são Todeschini (24 baixos) e Universal (40 baixos).

O gaúcho Renato Borghetti, o Borghettinho, é considerado um mestre do instrumento e conhecido por expandir a cultura do sul do Brasil através da gaita-ponto.

A gaita ponto rendeu a grandes instrumentistas como Reduzino Malaquias, Tio Bilia e Sadi Cardoso o reconhecimento musical que ainda é inspiração de muitos gaiteiros. Sadi Cardoso foi o autor da música "Minuano" utilizada na trilha da minissérie "O Tempo e o Vento" e foi professor de muitos gaiteiros como Chico Brasil, Fofa e Jacson Moraes.

O instrumentista Edilberto Bérgamo é considerado um revolucionário no modo de tocar esse instrumento. O gaiteiro Chico Brasil é exímio no modo de tocar fandango no sul do Brasil e peculiar pela sua grande técnica do jogo-de-fole. Também o gaiteiro Gilberto Monteiro é famoso por suas composições com gaita-ponto de 8 baixos.

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